URI

terça-feira, 19 de março de 2013

Reportagem Especial: Rondonistas relatam o que viveram


Imagine um lugar em que muitas pessoas vivem sem assistência por parte do poder público. Um lugar onde existem cidadãos que lavam a louça em um bueiro. Um lugar, onde as regras de trânsito são confusas. Aliás, onde não há regras. Não existem preferenciais e os motociclistas não utilizam capacete. Onde, as noções de cidadania são pequenas. Oito acadêmicos e dois professores da URI Câmpus Santiago estiveram em um lugar como esse durante a Operação São Francisco, do projeto Rondon.

De 19 de janeiro a quatro de fevereiro, os acadêmicos Aline Martins e Vandréia Gaviolli Morozo (Administração), Moisés dos Santos Dutra (Ciências Biológicas), Ivana Gorski Ivaniski (Ciências Contábeis), Paola Turchiello Rodrigues e Gilson Pires dos Santos Junior (Direito), Litiele Spezzapria (Farmácia) e Ana Paula Parise Malavolta (Psicologia) e os professores Eduardo Saldanha e Antonio Augusto Biermann Pinto, estiveram em Neópolis- Estado do Sergipe. Essa operação envolveu 20 municípios dos Estados Sergipe e Alagoas. Foram 400 rondonistas voluntários e 40 instituições de ensino superior participantes.

Lá, os rondonistas da URI realizaram diversas oficinas. Algumas, com nenhum público, outras, com satisfatória participação e interatividade e todas as oficinas com o mesmo objetivo: provocar mudanças culturais nos participantes. E, os rondonistas mostraram tudo o que realizaram neste “outro Brasil” na última segunda-feira, 18, no Salão de Atos da URI. Dividiram com o auditório os problemas que encontraram na comunidade, mas também disseram estarem marcados pelo carinho dos neopolitanos, especialmente das crianças. Na ocasião, no Salão de Atos, o grupo entregou à Direção da URI, o troféu e o certificado emitidos pelo Ministério da Defesa, órgão que coordena o Rondon.
 
Foto: NUCOM

Entregas: certificado e troféu. Quem recebeu foi a Direção da URI Santiago
 

Para o professor Eduardo Saldanha, o que mais chamou a atenção, foi a educação do povo neopolitano. O ponto negativo, que é um povo tão bacana, tão legal, que não merecia ser esquecido da forma que é, lamentou, referindo-se as imensas dificuldades daquelas pessoas. O professor realizou viagem precursora no início do mês de novembro de 2012, em que conversou com autoridades e adaptou o projeto à realidade.

 

          Antonio Augusto comentou que durante o período  estiveram junto a grandes universidades brasileiras, destacando inclusive, o total apoio da Direção da URI ao Rondon. Desde que retornou, em 2005, a URI está na terceira participação consecutiva. O Rondon realiza-se em regiões de maior dificuldade social e econômica. “Riqueza é riqueza e miséria é miséria em qualquer parte. Mas há situações em que essa miséria nos choca mais. Quando além da miséria, você vê que aqueles que deveriam estar comprometidos não estão”, relata. “Nós não vamos lá transformar, nós vamos lá para sermos agentes de levar um germe de alguma transformação, que não seremos nós a fazê-la, serão aquelas pessoas que ficam lá”, complementa.  

 

       Gilson Pires, rondonista, acadêmico de Direito, disse ter ido com uma impressão e ter voltado com outra percepção: Em função da correria do dia a dia, a gente acaba não percebendo o que está em torno da nossa realidade”.

 

Entre os principais objetivos do Rondon estão: contribuir para a formação do universitário como cidadão, integrar o universitário ao processo de desenvolvimento nacional, consolidar no universitário brasileiro o sentido de responsabilidade social, coletiva, em prol da cidadania, do desenvolvimento e da defesa dos interesses nacionais, bem como, estimular no universitário a produção de projetos coletivos locais, em parceria com as comunidades assistidas.

Foto: divulgação
 

Universidade conta com Núcleo do Rondon- Os componentes são os professores Carla da Silveira Dornelles (coordenadora), Eduardo Fank Saldanha, Antonio Augusto Biermann Pinto, Ana Cristina Sapper Biermann, Tiago Gorski Lacerda, Ana Marjorie Sangoi Frozza e Maria Arlita da Silveira Soares.

 

 

 

“Não basta olhar o mapa do Brasil aberto sobre a mesa


de trabalho ou pregado à parede de nossa casa. É necessário andar sobre

ele para sentir de perto as angústias do povo, suas esperanças, seus dramas

ou suas tragédias;


sua história, e sua fé no destino da nacionalidade.”

Equipe do Projeto Rondon,

da USP 1979

 

 


 

 
Núcleo de Comunicação
URI- Santiago

Nenhum comentário:

URI