Imagine um lugar em que
muitas pessoas vivem sem assistência por parte do poder público. Um lugar onde
existem cidadãos que lavam a louça em um bueiro. Um lugar, onde as regras de
trânsito são confusas. Aliás, onde não há regras. Não existem preferenciais e
os motociclistas não utilizam capacete. Onde, as noções de cidadania são pequenas.
Oito acadêmicos e dois professores da URI Câmpus Santiago estiveram em um lugar
como esse durante a Operação São Francisco, do projeto Rondon.
De 19 de janeiro a quatro de
fevereiro, os acadêmicos Aline
Martins e Vandréia Gaviolli Morozo (Administração), Moisés dos Santos Dutra
(Ciências Biológicas), Ivana Gorski Ivaniski (Ciências Contábeis), Paola
Turchiello Rodrigues e Gilson Pires dos Santos Junior (Direito), Litiele
Spezzapria (Farmácia) e Ana Paula Parise Malavolta (Psicologia) e os
professores Eduardo Saldanha e Antonio Augusto Biermann Pinto, estiveram em
Neópolis- Estado do Sergipe. Essa operação envolveu 20 municípios dos Estados
Sergipe e Alagoas. Foram 400 rondonistas voluntários e 40 instituições de
ensino superior participantes.
Lá, os rondonistas da URI realizaram
diversas oficinas. Algumas, com nenhum público, outras, com satisfatória participação
e interatividade e todas as oficinas com o mesmo objetivo: provocar mudanças
culturais nos participantes. E, os rondonistas mostraram tudo o que realizaram
neste “outro Brasil” na última segunda-feira, 18, no Salão de Atos da URI. Dividiram
com o auditório os problemas que encontraram na comunidade, mas também disseram
estarem marcados pelo carinho dos neopolitanos, especialmente das crianças. Na ocasião,
no Salão de Atos, o grupo entregou à Direção da URI, o troféu e o certificado
emitidos pelo Ministério da Defesa, órgão que coordena o Rondon.
Foto: NUCOM Entregas: certificado e troféu. Quem recebeu foi a Direção da URI Santiago |
Para o professor Eduardo Saldanha, o que mais chamou a
atenção, foi a educação do povo neopolitano. “O ponto negativo, que é um povo tão bacana, tão legal, que não merecia
ser esquecido da forma que é”, lamentou, referindo-se as imensas dificuldades
daquelas pessoas. O professor realizou viagem
precursora no início do mês de novembro de 2012, em que conversou com
autoridades e adaptou o projeto à realidade.
Antonio
Augusto comentou que durante o período estiveram junto a grandes universidades brasileiras,
destacando inclusive, o
total apoio da Direção da URI ao Rondon.
Desde que retornou, em 2005, a
URI está
na terceira participação consecutiva. O Rondon realiza-se em regiões de maior
dificuldade social e econômica. “Riqueza
é riqueza e miséria é miséria em qualquer parte. Mas há situações em que essa miséria
nos choca mais. Quando além da miséria, você vê que aqueles que deveriam estar
comprometidos não estão”,
relata. “Nós não vamos lá transformar,
nós vamos lá para sermos agentes de levar um germe de alguma transformação,
que não seremos nós a fazê-la, serão aquelas pessoas que ficam lá”, complementa.
Gilson Pires, rondonista, acadêmico de
Direito, disse ter ido com uma impressão e ter voltado com outra percepção: “Em função da correria do dia a dia, a gente
acaba não percebendo o que está em torno da nossa realidade”.
Entre os
principais objetivos do Rondon estão: contribuir para a formação do
universitário como cidadão, integrar o
universitário ao processo de desenvolvimento nacional, consolidar no
universitário brasileiro o sentido de responsabilidade social, coletiva, em
prol da cidadania, do desenvolvimento e da defesa dos interesses nacionais, bem
como, estimular no universitário a produção de projetos coletivos locais, em
parceria com as comunidades assistidas.
Foto: divulgação |
Universidade
conta com Núcleo do Rondon-
Os componentes são os professores Carla da Silveira Dornelles (coordenadora), Eduardo Fank
Saldanha, Antonio Augusto Biermann Pinto, Ana Cristina Sapper Biermann, Tiago
Gorski Lacerda, Ana Marjorie Sangoi Frozza e Maria Arlita da Silveira Soares.
“Não basta olhar o mapa do Brasil aberto sobre a
mesa
de trabalho ou pregado à parede de nossa casa. É necessário andar sobre
ele para sentir de perto as angústias do povo, suas
esperanças, seus dramas
ou suas tragédias;
sua história, e sua fé no destino da nacionalidade.”
Equipe
do Projeto Rondon,
da
USP 1979
Veja matérias sobre a
participação do pessoal em: http://projetorondon.pagina-oficial.com/portal/operacao/realizadas/module/default?id=64562
Núcleo de Comunicação
URI- Santiago
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